Pesquisar este blog

segunda-feira, 22 de junho de 2015

RESENHA

MENDONÇA, Onaide Schuwartz. Alfabetização: metódo sociolinguístico: consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2007.

O Método Sociolinguístico de Alfabetização de Paulo Freire foi criado com a intenção de alfabetizar milhares de brasileiros analfabetos adultos. Visto por alguns com uma filosofia da educação, ele diferencia-se dos outros métodos sintéticos e analíticos de alfabetização, pois permite ao educando uma reflexão sobre a realidade em que vive e conscientização de seus direitos de cidadãos através da leitura do mundo. Ou seja, o método não preocupa-se apenas com o ensinar o aluno a decodificar palavras. 
O método de Paulo Freire acontece com uma "palavra geradora", retirada do universo vocabular dos aprendizes. Quando o educador extrai a "palavra geradora" uma sequência de passos são colocados em prática como: a codificação, a descodificação, a análise e síntese, e a fixação da leitura e escrita. A escolha da "palavra geradora" acontece com a pesquisa do meio em que vive o aprendiz, para então ser iniciado o processo de alfabetização com palavras pertencente à sua cultura. É importante o professor compreender e respeitar a variedade linguística de seus alunos. Portanto é essencial retirar a realidade dos educandos a palavra geradora, pois não tem sentido algum alfabetizar com palavras que os alunos não conhecem, eles simplesmente aprenderam a decifrar.
Os dois primeiros passos do método do Paulo Freire são a codificação e a descodificação que garantem a aquisição da leitura e escrita seja significativa, isso porque explora as potencialidades mentais e instrumentaliza a criança para o desempenho social. Caso a decodificação e a descodificação não forem colocadas em prática, o processo de alfabetização torna-se mecânico, pois não há reflexão.
A codificação da palavra geradora acontece por meio de oralidade, desenho, música, gestos, dramatização, relatos, opiniões, e outros códigos que o aprendiz domina. Neste momento o dialogo professor-aluno é fundamental, caso contrário não haverá trocas de conhecimentos, experiências e respeito. Diferentemente da codificação, a descodificação é a releitura  da realidade expressa na palavra geradora através da discussão crítica.
O terceiro passo do método é a analise e síntese da palavra geradora, que através da divisão da apalavra em sílabas e, a seguir juntar as sílabas para formar novas palavras, levará o aluno a compreender o processo de composição e os significados da palavra, em vez de apenas memorizar. O quarto passo "fixação da leitura e da escrita" permite que o aluno produza textos espontâneos e faça uso pleno da escrita,podendo assim expressar seus conhecimentos.
Após a apresentação da Concepção Sociolinguística do Método de Paulo Freire de Alfabetização, o texto traz sugestões para a prática de alfabetização. São elas; a leitura e cópia do alfabeto deve ser apresentado do educando tanto em ordem quanto de forma aleatória; o alfabeto maiúsculo de imprensa deve ser apresentado no início da alfabetização, depois o alfabeto minúsculo de imprensa; dominadas as duas formas de letras de imprensa ensinar a manuscrita minúscula e em seguida a maiúscula. Todas as sugestões nos faz refletir como ainda o processo de alfabetização da maioria das escola brasileiras acontece de forma "errada". Outras sugestões para implementação do método foram apresentadas no texto segundo os passos e níveis de alfabetização.
Concluo que o Método Paulo Freire de Alfabetização diferencia-se de todos os outros existentes, pelo simples fato que ele propõe a leitura do mundo, leva o educando a refletir sobre a sua realidade e não mera decifração de palavras. No entanto para implementação deste método exige-se dedicação, conhecimento e que o professor seja crítico-reflexivo, pois não há como tornar o aluno crítico se este não é. Portanto o Método Paulo Freire parte da realidade do aluno e valoriza sua vivência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário